O Caminho da Depressão

Você sabe que está indo pelo caminho errado, mas sua teimosia continua mandando você ir na mesma direção, você tem a certeza de que tudo ficará bem e de que alguém do plano superior está te instruindo a ir naquela direção, no caminho você encontra espinhos e mesmo assim continua sorrindo com a esperança de que sejam apenas provações, mas a frente você encontra as pedras, a cada passo um tropeço, mas você se mantém firme, você olha para cima e tem fé de que aquelas pedra te farão crescer, então você acredita finalmente que seu sorriso ficará para sempre em seu rosto e continua andando, até que no caminho encontra lobos, você acredita ser apenas um desafio e que aquilo é um teste para saber se você está firme, você continua a caminhada, no caminho encontra desvios, você para e pensa que deveria mudar o caminho, já que aquele parecia ter muitas flores, mas decide continuar no seu caminho e entende aquele caminho como tentações, seu sorriso está cada vez menor, suas lágrimas já se tornam sua melhor amiga, você já não sabe viver sem elas, e acha que aquilo é normal, seu sorriso virou um intruso e quando ele chega você faz de tudo para fugir dele, seu medo se tornou a melhor coisa que existe em você, você continua no caminho e acredita que aquele tem que ser seu caminho.

Um dia frio, escuro e chuvoso chegou, você não se importou com os pingos, aquilo parecia ser refrescante depois de todo aquele sol, mas a água machucava sua feridas que estavam expostas, havia dor pelo seu corpo todo, não havia uma parte do seu corpo que não havia uma única ferida, você mais uma vez não se importou, você já estava acostumada com elas, elas pareciam ter nascido com você, e viver sem elas parecia algo difícil.

Você acordou, olhou para os lados e se viu em uma cela, você parecia estar ali a muito tempo, mas você não havia percebido que sua caminhada não era mais reta e sim em círculos, você olhava para todos os lados e a única saída era aquela porta que te levava para fora daquelas grandes paredes que você mesmo havia construído.

Você olhou novamente para a porta, que não havia uma fechadura, mas toda vida que se aproximava, tinha medo de abri-la, você tem medo do mundo, você passava seus dias e noite imaginando como que o mundo havia ficado sem você, como as pessoas haviam vivido sem sua presença, você estava curioso, para saber se alguém havia sentido sua falta, mas o sua curiosidade não vencia o seu medo, você já havia cansado de caminhar, você apenas sentou no canto daquelas paredes frias e se encolheu, olhando para todas aquelas feridas que você finalmente havia percebido, você se lembrava vagamente de quando você não tinha toda aquelas marcas, não parecia ser uma realidade, parecia ter sido um sonho, você não lembra mais como é sorrir de verdade, você não lembra mais como é a vida sem os espinhos, você não se ver mais no mundo, você tem medo do carinho, você tem medo da sinceridade, você tem medo do amor, você suspeita de tudo e de todos, e no fim você continua lá na companhia de suas feridas, lágrimas e daquelas paredes frias, com medo de que o mundo te faça sorrir!

Maiara Fernanda
Enviado por Maiara Fernanda em 06/02/2020
Reeditado em 06/02/2020
Código do texto: T6859469
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