Há beleza no caos

Não há beleza em ser bom, gentil e útil.

Os dias podem conter em si: inquietações enfadonhas,

sorrisos indigestos, tristezas íntegras, saudades sinceras,

necessidade de auto intimidade, desejo de ser humana,

que acolhe os seus próprios erros

aspirando pelo claustro do anonimato.

Desse anonimato que pulsa forte,

e que ao fecharmos nossos breves olhos,

conseguimos ter acesso a cada centímetro do que nos move,

cada grama que nos pesa,

e cada finito a nossa frente.

Deus nos fez humanos, Jesus nos deu liberdade,

para usufruir com vida em abundância,

daquilo que coexiste em nós,

a misericórdia do hoje e a esperança do eterno.

Que o sempre não seja ter essência de flor,

mas se faça de integridade e utilidade.

Porque não há flores em ser bom e ser útil,

mas nos esforçamos para sermos bons, gentis e úteis por Ele.

Porque há o que vale ou não a pena,

há o que faz-nos menores ou melhores,

porque fomos libertos,

porque provamos do amor verdadeiro.

Seres humanos,

feito gente,

libertos e de sangue,

que as vezes se esquenta,

outras aquece-nos.

07/10/2019