COMO SERÁ O AMANHÃ?

Longe de mim ser filosófo ou pensador. Mas existem perguntas irressístiveis.

COMO SERÁ O AMANHÃ?

Como falava Chico Xavier, jamais mudaremos o passado, mas podemos mudar o futuro se mudarmos o único tempo que temos: o dia de hoje. Deus nos deu o tempo em pílulas diárias, sendo impossível tomar duas ou mais de uma vez. Nosso difícil aprendizado é saber que o agora sempre será dia de um opcional plantio para a obrigatória colheita no futuro. Ou seja, sempre estamos colhendo e plantando, plantando e colhendo. O que você planta determina o que você colhe e o que você colhe influencia o que você irá plantar. Só os grandes conseguem mudar isso, com vontade, determinação e consciência. Acima do governo e da ideologia, o que muda as nações é o povo, para melhor ou para pior. Para quem não acredita nisso, pensem no que nos mostra um pequeno resumo da História. Motivado para dominar seu grupo, o homem das cavernas venceu vários adversários, o que gerou grandes grupos, para dominar estes ocorreram disputas que, aos poucos, desaguaram em reinados com feudos e tudo mais. O Islamismo seguido pelo povo gerou as Cruzadas, o que devido ao contato Ocidente e Oriente provocou o fim do Feudalismo, que originou um êxodo rural que aumentou a população das cidades, que teve como consequência o Capitalismo, que fez nascer o Socialismo e diversos sistemas de pensamento social. Tudo com objetivo de dominar o povo, ajudando-o ou explorando-o, mas causado pela existência de uma população, que não pensava por si mesma e, devido a sua ignorância, era obrigada a seguir a ideologia da moda. Foi a essa conclusão de Jules Michelet. E as ideologias, de receitas para estados que proporcionariam qualidade de vida ao povo, transformaram-se em um fim por si mesmo. Em nome delas matou-se muitos milhões de pessoas. Sim, pessoas que nem eu e você. Seres humanos que tinham amores, filhos, time preferidos, gostavam de flores e pássaros, trabalhavam para sustentar-se, tiveram suas eliminações desta vida definidas por não se enquadrarem na Ideologia inventada por um pensador super presunçoso que julgara ter encontrado solução perfeita para a vida em sociedade. É preciso entender que o ouro dos políticos é o povo, eles vivem garimpando pessoas em uma bateia repleta de sua ideologia. Cada pessoa é uma pepita de raro valor, independentemente de suas qualidades individuais. Uma vez captada, é utilizada para contaminar outras pessoas e ampliar seu capital de seres humanos. Quanto menos esses indivíduos pensarem por si mesmos, melhor para o crescimento de uma ideologia. E as pessoas normalmente odeiam pensar. A comodidade de copiar um conjunto de pensamentos prontos é irresistível.

Nos dias de hoje, essa logística está aprimorada por todos os lados. Somos bombardeados por ideias, marcas de carro e roupas, sugestão de hábitos, viagens, esportes, e um universo de atos que tentam nos levar a adotar comportamentos que nem sempre fazem parte de nossa natureza. Vemos pobres com mania de ricos, ricos se fazendo de vítimas, um verdadeiro culto aos cachorros, gatos e outros bichos, entre outras coisas. Esses comportamentos, implantados em nossas mentes de diversas maneiras, aos poucos são integrados aos nossos hábitos pessoais e ficam fazendo parte de nós. Qual o objetivo? A morte do pensamento próprio, no meu entender. Não escrevemos mais, não fazemos cálculos, não lemos textos longos como esse. Livros, nem pensar. Me sinto um dinossauro quando abro um livro em uma sala de espera ao invés de ficar hipnotizado em frente da indefectível televisão. E daí, me pergunto: como será o amanhã?

Paulo Miorim, 31 de julho de 2019

Paulo Miorim
Enviado por Paulo Miorim em 31/07/2019
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