Proteção ou prisão ?
Eu perdi o medo da chuva
Quase imploro para que ela caia
Assumo minhas digitais, tiro a luva
Quero enxergar além da minha praia.
Fugir da falsa segurança do céu nublado
Ter alguém de verdade do meu lado
Livrar-me do arquétipo do príncipe encantado
Do mito do amor perfeito e idealizado.
Aceitar que você foi só fruto da minha imaginação
Nunca existiu como eu via, mero espelho da ilusão
Uma forma de nuvem montada ao meu bel prazer
Sempre apenas a um átimo de se desfazer.
Quero me livrar da pesada maquiagem e da fantasia
Não temer enfrentar a enganosa pseudo-harmonia
Quebrar paradigmas, cercas, muros e barreiras.
Exercer meu direito de ousar e fazer besteiras.
Não quero levantar bandeiras nem ter seguidores
Quero vivenciar a alegria e a dor de todos os amores
Abrir mão da ilusória proteção da ficção
Desafiar a divina loucura dos prazeres da paixão.
Que o sol vença as barreiras e se mostre pleno
Que a lua inspire e contagie os amantes no sereno
Que o sangue pulse e aqueça meus passos
Que eu aprenda a diferenciar nós de laços.