Pensamento n°65 - Sobre o Perdão

Eu estava pensando sobre o perdão e refleti muito sobre isso. Cheguei a seguinte conclusão:

Perdoar jamais foi um problema para mim, e sei que perdoar não é esquecer, não sofro de amnésia. O perdão é uma dádiva para quem o libera, perdoar trás alívio e nos reaproxima de quem amamos, inspira cuidados. Até aqui é óbvio. Perdoar não é ser hipócrita, não é mesmo, olhar para o outro e proferir a baboseira de que esqueceu e não sente mais as dores daquelas tragédias; quer seja uma grande tragédia da vida ou pequena tragédia do cotidiano. A verdade é que, normalmente, o perdoado esquece o ocorrido, quem perdoou não esquece, fica a cicatriz, ainda que seja pequenina, imperceptível. Não dá pra dizer que esqueci e pronto. Porém, a paz que nasce desse perdão é inigualável. Existem ofensas cotidianas da parte de quem convive conosco que às vezes é preciso perdoar mais de uma vez ao dia. Acredito que seja um bom exercício, como se fosse ginastica repetitiva numa academia, a repetição faz crescer músculos fortes e resistentes. Músculos resistentes protegem a toda a estrutura do corpo. Sabe aquelas ofensas de alguém que trabalha do lado? Todos os dias temos que suportar as brincadeiras que essa pessoa jura que não foi proposital e que "não sabia que iria ofender". Pois é, esse perdão cotidiano faz exercitar uns músculos que nem sabíamos que existia. Músculos do espirito cristão, músculos da empatia, músculos que fazem crescer o humano que há em nós. Esse tipo de perdão do dia a dia tem o poder de nos tornar resilientes frente às varias ofensas que nos atingem sem nos tornar seres apáticos, mesmo que alguns outros digam "pare de bobeira, até quando vai suportar isso?", a minha resposta será sempre a que aprendi com o maior de todos os homens que já viveram nesse nosso mundinho, Ele disse para perdoar setenta vezes sete. Não perdoar cansa mais que um mês inteiro de trabalho e quem não controla os sentimentos que ladeiam o rancor e a magoa se torna escravo desses sentimentos que minam o pensamento, isto faz com que as energias sejam roubadas ao invés de renovadas com sentimentos morais elevados. Assim, quando alguém de fato me ofender profundamente, terei exercitado o poder de perdoar a quem tem me ofendido e não vou sofrer. Terei exercitado a capacidade de estar em paz um dia por vez...

Paulo Siuves
Enviado por Paulo Siuves em 07/03/2019
Reeditado em 10/11/2021
Código do texto: T6591449
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