Minha caixinha de tesouros

Em minha tenra idade, em minha caixinha mágica continha muitas bonecas; estrelas que mudavam de cor; o colo e o cheiro de mãe que afagava minha alma, elevando-me aos mais belos sonhos...

Também habitavam muitas canções, por vezes celestiais, que me fazia rodopiar sem pressa para parar em companhias angelicais.

Nela também continha dias ensolarados e, um balanço no jardim, que em noites estreladas me transportava além das nuvens de um céu sem fim...

Era minha pequena caixa, um universo particular que continha uma imensidão de sentimentos, de sonhos, doçura, alegrias, abraços, amor e sorrisos que podiam ser percebidos por quem passasse pelas proximidades dela.

Ela também continha um acolchoado vermelho e quentinho, como um belo invólucro, quiçá ou coração?

Repleta de coisas maravilhosas: Bailarinas com suas delicadas sapatilhas... Jardins com infinidades variações de flores e cores e, relógios onde os seus ponteiros eram irrelevantes diante de um universo tão atemporal.

Hoje, já não possuo a tenra infância, mas agradeço a Deus, ao universo e a todos que amo por me ajudar a conservá-la em meu interior. Acredito que o mundo lúdico, e cada caixinha existente espalhada pelo mundo afora, não apenas nos ajuda a sermos seres humanos melhores, mas, a preservarmos o que temos de melhor em nossos corações: o amor.