É o que somos

Sou caminho começando,

E outro, já pelo meio...

Sou brisa, sou vento brando,

E bicho, que não deixa por arreio...

Sou o bonito e o feio,

Sou manhã e noite escura,

E sou a mão que depura,

A fúria dos canibais,

E sou o menos e o mais,

Porque a vida, é sem reta,

Nas curvas, é que se completa,

Transformando a guerra em paz.

Sou a roupa do andarilho,

Suja, inútil, em frangalhos,

E um pássaro com os seus filhos,

Nos ninhos, que há pelos galhos...

E sou as cartas do baralho,

Pelas mãos da cartomante,

Lendo o futuro e o instante,

Pois somos de tudo, parte,

O trabalho duro, e a arte,

E as ilusões dos amantes.

Alque

Alque
Enviado por Alque em 24/08/2018
Código do texto: T6428506
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