Agora eu sei.

Sempre acreditei que não nasci para o amor. Se perguntam pra quem me conhece qual a minha caracterista mais marcante a resposta sempre foi a autenticidade, e uma parte de mim passou a acreditar que essa minha autenticidade fazia com que eu fosse um dos únicos seres humanos a não ter nascido para o amor. Não que eu não acredite no amor. Não que eu não tenha oportunidades para o amor. Eu só não amava. Os textos de corações partidos não eram nunca escritos por mim, eram escritos para mim. E não era por mal, se eu pudesse, eu amaria. Mas não amo. Não amei. Não amava. Sim, agora está certo. No passado. Não amava. Porque agora eu amo. Porque agora eu entendo. Agora eu sei o sentimento de olhar alguém e poder cruzar os olhares por mais de 5 segundos sem sentir vergonha e querer desviar os olhos. Agora eu sei o sentimento de encarar alguém e sentir apenas admiração e carinho. E amor. Agora eu sei o que é ouvir uma música que eu sempre amei, e lembrar de alguém. Agora eu sei o que é lembrar de alguém e rir sozinha. Agora eu sei o que é lembrar dos lábios, e do cheiro, e dos olhos, e do sorriso, e das mãos, e do abraço de uma pessoa. E se sentir confortável com a lembrança. E se sentir segura com a lembrança. Agora eu sei o que é o coração bater um pouquinho mais rápido que o normal a cada notificação de uma mensagem. Agora eu sei o que é o medo de perder alguém. O medo de estragar as coisas. Agora eu sei o que é o medo, a preocupação, as paranóias, a ansiedade. Agora eu sei o que é o amor. Agora eu sei o que é amar. Agora eu sei.