Homens carregam suas mães...
Os homens trazem consigo os olhos de suas mães...
Em um lance de pensamentos distantes,expõem a ternura compassiva que outrora receberam.
Nas trocas mútuas e involuntárias,projetam a angústia de viverem cientes da finitude do afeto brando.
A exposição do paradoxo é explícita!
A transformação de seus desejos denotam as lições precocemente aprendidas,cruelmente aplicadas.
-O mundo é hostil,pensei.
A hostilidade é necessária,redargui para mim mesmo desta vez...
Mães não são necessariamente hostis.
Talvez esse vazio dos olhares dos homens venha por se darem conta da finitude de suas mães e da eternidade do mundo,depois dessa ressalva inconsciente na mente deles não há nada para deixar tão gritante como um olhar cauteloso, uma testa franzida.
Logo após um homem olhou-me no fundo dos olhos como quem não quer nada e vi a angústia de sua mãe...
Vi o fardo da transmutação do afeto em coragem...
Vi a saudade sépia,o cheiro de mofo,as notas florais...
Supus que sua mãe não estivesse mais conosco
Tive a certeza que ela morara naquele olhar.