Mel e Fel
Eros molha suas flechas no lago onde deságuam meus poemas, sua mira implacável atinge os futuros amantes disseminando meus dizeres e espargindo sonhos.
Se os corações apaixonados virão a destilar mel ou fel não posso prever, são dois lados de uma mesma moeda que se jogada a esmo tem probabilidades idênticas de ocorrer, o que pode mudar esse percentual é a magia de quem a lança e a intensidade de seu desejo de realizar quimeras e eternizar cada ato. Mel e fel são como antídoto e veneno, dependem da quantidade que são ingeridos e da reação individual de cada corpo a sua presença, são gêmeos quase idênticos e muitas vezes confundidos e trocados. Eles coabitam uma mesma alma, é individual a escolha de qual devemos alimentar e a quem devemos abandonar.