DECADÊNCIA

Num planeta árido de verdades, de certezas e de humanidade, apenas a morte reina inexoravelmente nos corações incrédulos e petrificados de grande parte dos homens. Quanto mais o amor entre os homens tem se mostrado como um valor antiquado e desprovido de uma razão de ser, tanto mais as pessoas se tornam volúveis aos enganos das falsas promessas de sucesso e de felicidade; e quanto mais evidente tem se manifestado o desrespeito do homem por si mesmo, pela natureza, por Deus e pelos seus semelhantes, tanto maior é a decadência que impele todos os seus sonhos e os seus anseios ao pesadelo do nada e do não-ser. De fato, quando o esfriamento do amor se torna um fato consumado na esfera das relações humanas, o impulso vital, ou a vontade de viver, inevitavelmente irá adormecer na degeneração de uma vida moribunda, uma vida que agonizará na infelicidade e na total ausência de significado. Um mundo, uma sociedade ou uma coletividade sem a luz resplandecente do amor, desprovida de qualquer princípio de valorização da vida, ainda que seja impregnada por ideologias, discursos, filosofias e conhecimentos repletos de conteúdos revolucionários e "redentores", conteúdos esses que aparentemente levantam a bandeira de uma transformação radical da condição dos seres humanos, fatalmente irá se decompor no lodo da indiferença, da apatia, da desumanidade, do rancor, da perversão e da deslealdade.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 21/11/2017
Reeditado em 26/11/2017
Código do texto: T6178148
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