No mundo da lua

Eu vivo no mundo da Lua. Quando eu era pequena eu olhava a Lua e achava que um dia poderia tocá-la com as mãos. O fato de ela estar tão distante mas ainda assim ser visível aos meus olhos era incrível. É como se ela dissesse: "acredite que nem tudo que você não pode tocar, não está lá te observando". Eu achava que dentro da lua havia uma espécie de bruxa que passeava com sua vassoura pelas estrelas.

A imaginação da criança é algo incrível. Lembro que eu adorava assistir desenhos e seriados criativos como "O fantástico mundo de Bobby", o "Castelo Rá Tim Bum" e o próprio "Mundo da Lua". Eu mal podia esperar para ver um episódio e tudo era muito intenso. Em todos esses seriados havia algo em comum: a imaginação livre. Para mim, aqueles personagens faziam parte de uma vida distante mas existente em outro mundo. Era como assistir uma vida paralela a minha realidade e ao mesmo tempo como se fosse possível que eles fizessem parte do meu mundo.

É mágico e encantador o mundo aos olhos de uma criança. E acredito que somos eternas crianças nos descobrindo e descobrindo nossos limites a todo instante. À medida em que crescemos e nos voltamos para a realidade, deixamos um pouco de lado aquela criança mas ela está viva dentro de nós. Saber criar, imaginar e sonhar e ter um espírito feliz, é fundamental. Talvez seja por isso que eu gosto tanto das crianças. Sinto que elas me compreendem melhor pois o meu "mundo da lua" pode parecer com o delas. Elas permitem a loucura de sonhar, de sair fora dos padrões pois ainda não foram "adestradas" para serem adultas. Por esse motivo elas são elas. Crianças sentem numa intensidade muito maior. Elas são verdadeiras consigo e com os outros e isso é fantástico. Quando adultos somos obrigados a vestir máscaras sociais para não parecermos loucos, não nos sentimos tão a vontade para expressar tudo que sentimos com medo do julgamento alheio. Eu acredito que todo mundo tem um "mundo da lua" particular e não há nada de errado nisso. Pelo contrário, é maravilhoso sonhar!

Jaqueline Motter
Enviado por Jaqueline Motter em 18/08/2017
Reeditado em 18/08/2017
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