Um dia de fúria "desabafo"

Bebi como se não fosse existir amanhã, entretanto esqueci de solicitar ao "senhor do tempo" para fazer o "relógio parar".

No dia seguinte descubro que mais longa que uma noite de bebedeira insana regada a obscuridade, só quando você tenta juntar os cacos e concertar os problemas que nem é capaz de dimensionar ter causado.

Os amigos que lhe salvaram e você ofendeu, as pessoas que magoou ou assustou e todo o resto que você é incapaz de lembrar.

Eu pediria desculpas a todas as pessoas por todos os infortúnios causados, entretanto a amnésia alcoólica me impede. Eu tento explicar isso as pessoas, mas elas não acreditam, pensam que é uma tentativa de me eximir de culpa, diante disso eu gostaria de dizer as pessoas que sou um homem de caráter e me ofender por pensarem assim de mim, entretanto após tudo que eu fiz, se eu estivesse do outro lado, também não acreditaria.

Se eu mesmo não me reconheço e não sou capaz de acreditar em mim, não posso esperar isso dos outros.

Queria poder dizer que "não era eu", pois eu sei que no fundo eu não sou as atitudes intempestivas que tenho tomado, mas não é o que eu sou, é o que eu faço que me define. Queria poder colocar toda a culpa na bebida, mas seria burrice e insensatez, pois consumí-la foi uma escolha minha.

"É que a gente quer crescer, mas quando cresce quer voltar do início, porque o joelho ralado, dói, bem menos, que o coração partido."

Gui Machado e Kell Smith
Enviado por Gui Machado em 07/08/2017
Reeditado em 07/08/2017
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