Minha mãe querida

Hoje na madrugada estava eu conversando com uma amiga, que tantas vezes me ajudou, aconselhou, acalentou, reanimou e com muita paciência alegrou-me novamente...

Conversávamos sobre perda, sobre o quanto é nostálgico o amor. Quando nos separamos por instantes da amada, porque ela viajou, ou até mesmo quando ela apenas foi trabalhar, e ficará distante por algumas horas, como essa saudade, essa perda é nostálgica...

Mas, pode ser pior...

A nostalgia do amor quando a perda é total, e a amada não mais voltará para nossos braços, e não mais teremos o doce reencontro dos apaixonados.

É inevitável ao falar de perdas, não lembrarmos das maiores, das mais traumáticas, das mais dolorosas.

Neste instante percebi que o amor é inversamente proporcional a dor da perda, quanto mais amamos mais sofremos ao perder.

Pois é meus queridos amigos, o grande poeta Fernando Pessoa já disse:

"O poeta é um fingidor,

Fingi tão completamente

Que chega a fingir que é dor,

A dor que deveras sente. "

E é assim que me sinto agora...

Emocionado, sofrendo pela perda de alguém que ainda não perdi, mas que algumas amigas aqui já perderam e comigo compartilharam e de meus amigos que eu apenas soube desta perda...

MÃE

O ser mais bendito que Deus já criou, misto de humano e divino, uma dádiva na vida de qualquer ser.

As lágrimas rolam em minha face por lembrar de cada momento em que com elas conversei e hoje em especial pela conversa que tive. A cada um que perdeu um pedaço do seu mundo quero que saiba que meu coração também chora...

...

Obviamente não irei comparar o que sinto, com o coração enlutado de vocês. Não posso jamais ter tamanha pretensão, mas como disse a essa amiga, eu não sinto... Mas compreendo perfeitamente.

Agradeço porque são ensinamentos, lições de vida. Cansamos de sofrer porque o amado se foi, porque a amiga se foi, e no fim parece só um ensaio para o real sofrimento que é não podermos dizer todos os dias de nossa existência:

A bênção mãe...