Desilusões de um cachorro de rua

Que desgraça, vai vendo a fita, olha só que maldade, no baralho dela mano, eu fui logo o descarte, e o entrave dessa cena mudou todo meu futuro, me persuadiu com palavras, com desejos profundos.

Profanidade, foi o que corroeu minha cabeça, não esqueço disso, aconteça o que aconteça, em legitimidade eu não tive nem defesa, e ela se fortalecia sempre na minha fraqueza.

Tudo conspira, inspira, diversos pensamentos, desse seu sentimento mais passageiro que o vento,

Ao relento do tormento, e eu sentindo dor, falava que me amava, chamando outro de amor.

Superficial, igual a sua maquiagem, quem diria que no fim, eu veria a verdade

Que calamidade, mas quem diria, você virar um ser que eu abominaria.

Embrulha seu sorriso, expõe ele na rede social, com seus amigos ricos, paradoxo social.

Querendo me afetar, logo a essa altura? Aí mais na moral, valeu o pé na bunda!

Na sua ausência, me perdi, me abandonei, mas graças ao rap, foi aí que me encontrei, eu tombei, enfrentei, de frente as consequências, já que vc me julgou, antes mesmo da audiência

E nessa penitência, eu colhi desilusão, afundei e mutilei, pedaços do meu coração.

Me torturava sempre ao lembrar do seu sorriso, mas agora que se foda, só devolve os meus livros

Eu já entendi que não existe mais nós dois, o problema foi virar alcoólatra aos 22, fui viver agora, talvez morrerei depois, tudo isso aconteceu depois que você se foi.

Fiquei meio cego, não via beleza, quando fui ver, tava na biqueira. Eu, os amigos, já vi esse filme, olha eu de volta, no mundo do crime.

Me joguei de prima, fui inconsequente, crack e cocaína, tem vários clientes

Fiz muito dinheiro, você acha que melhorou? Minha mãe dizendo “teu olhar mudou” “cadê meu pequeno, meu grande amor? O que foi isso que a vida te tornou?”

Me desculpa mãe, por te fazer chorar, eu me perdi, pra depois me encontrar. Eu te feri, mas eu vou curar, e lágrima por mim, não vai mais derramar.

Ainda sou eu, seu doce menino, mas é que caí num profundo declínio, prometo pra senhora, que eu vou ser firme, já disse não a vida do crime.

Me regenerei, com muita fé em Deus, de quem foi ao inferno, e não se submeteu, as tentações, que o mundo me deu, agora recuso migalhas, ajudo o irmão meu.

Foi logo sem ela, em noites solitárias, papel e caneta, algumas palavras, fizeram sentido, pelo menos pra mim, e quando eu achava que era meu fim, uma porta se abriu, mãos se estenderam, quiseram meu mal, eles se fuderam!

Juan JCP
Enviado por Juan JCP em 13/06/2017
Código do texto: T6026000
Classificação de conteúdo: seguro