Insônia

De noite a sede

Que agoniza os vampiros

Vem perturbar-me o sono

Insone, ouço aguçada os sinos

Dobrando-se em badaladas

Que anunciam as coordenadas

De caminhos que não seguirei

De um lado os sonhos

Que sonhei e abandonei

Cantam em gloria

Sobre meus escombros diários

E o porquê eu não sei

Sobram-me então os detalhes

As ressalvas

Os cinco minutos que respiro fundo

Que fico mudo

Combatendo a melancolia

Com o mínimo que sobra de alegria

Nesse espírito aloprado

A sede não cessa no gole

E a escassez de luz, é ausência momentânea

Que multiplica a ânsia

Pois há certas agonias inexplicáveis na expectativa

Por fim, entregue

Sigo

Suando os calafrios de outono

Sem sono

De um lado

Para o outro lado

Perguntando-se, se é sobre o muro

Que se encontra o lado certo.

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 24/03/2017
Código do texto: T5950289
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