Um pedido: lágrimas que caem

Em meu quarto branco, estou coberto pela tonalidade do vermelho e vendo pela janela a luz cinza que me penetra. Ao acordar, as minhas lágrimas caem sobre essas cores. Vivo uma verdadeira concha de retalhos difíceis de serem respondidos.

Durante minha saga, eu colhi pedras ao invés de flores. Vivia plantando semente que eram verdadeiras para mim, porém nunca fizeram parte do meu jardim. Por tempos, achava que a culpa estava em mim pela morte do meu canteiro. Entretanto, eu reconheci que esse espaço feito para as flores morria, então porque não deviam fazer parte de mim. Eu entreguei o meu jardim e nunca mais fui colher.

Certo dia, eu fui ver o meu canteiro e vi uma flor muito viva. É incrível como cresceu rápida e roubou o meu coração. Decidi que deveria cuidar. Nesse período, as pétalas sorriam em minha direção. Eu ficava sem jeito. No outro dia, coloquei um laço no seu tronco. Ela nunca recebido isso. Ficou emocionado. Já eu... Caí em lágrimas.

O meu coração está estremecido por algo que é indescritível. O meu cuidado com essa flor foge dos espectros. Eu aprendi a desgostar do meu jardim e minha rotina engoliu meu tempo. Aprendi a viver bem assim, mas hoje estou em confusão. Não sei dizer se vivo uma carência, pelo fato de ser só e uma pétala me conquista ou se realmente estou amando alguma coisa tão bela, mas tenho medo de viver.

O mais interessante de tudo, é a primeira vez em anos que vejo uma flor em estado de pureza. Sem ligar os detalhes e contornos. Eu tenho uma vontade de fazer um pedido imenso a essa flor, mas meu medo é matá-la pela distância. Nossas vidas são jovens, mas eu queria namorá-la e viver plenamente ao lado dela. Bom, não sei em que ponto nos encontraremos, mas eu amo profundamente e quero só ver o sorriso dela.

Sofia do Itiberê
Enviado por Sofia do Itiberê em 15/03/2017
Reeditado em 15/03/2017
Código do texto: T5941619
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