Ciclo de Detrimento
No embalo da madrugada ela segue
Buscando sorrisos e olhares
Perdida nos rostos vorazes
Sem brilho ou real interesse
Com sua vestimenta provocante
Ela desperta desejos fulminantes
E quem cruza seu caminho, desavisado
Vira só mais uma marca no seu livro de pecado
Outra noite, outra história
Já são tantas que lhe falha a memória
E com cada nova marca
Se cria uma nova decepção
Inconveniente e descrente
Dentro de si cresce a necessidade latente
De deixar de ser tão impotente
Sendo que não existe mais ninguém inocente
Continua então a cansativa rotina
Acordar e com um sorriso se mascarar
Olhar no espelho e tentar se conectar
Com o reflexo que só faz frustar
Um dia quem sabe ela aprende
Que o vazio que em si reside é nutrido por expectativa
Que a opinião alheia não possui espaço em sua vida
E que a busca que tanto alimenta, não passa de confusão