Clandestino

Você chegou como clandestino em minha vida, invadindo meu coração, despertando sentimentos que estavam adormecidos...

Você entrou em meu mundo sem avisar, atravessou as portas de meu coração na calada da noite, fixou sua morada dentro de mim sem me avisar...

Clandestino!

Mudou meu mundo, quis cultivar novas flores no jardim de meu coração, plantou tudo de bom, mas veio como invasor...

Nem imagina o que me fez, não sabe as marcas que carrego dentro de mim, então porque semeou amor num mundo que não te pertence...

Eu venho de uma dor distante, de uma angústia insuportável, de uma solidão imensa...

Já tinha me acostumado com um jardim sem flores, onde por muitas vezes as ervas daninhas tomaram conta deste jardim, os espinhos sufocaram os meus desejos...

E agora, você semeia flores, mexe com tudo que sempre me pertenceu...

Agora a luz que você trouxe está me cegando, e eu havia esquecido o doce sabor do amor...

Que destino é este, uniu as linhas do meu tempo a você, embaraçou tudo em minha vida...

Abalou o meu mundo, mesmo sabendo que somos de tempos diferentes...

Então, porque cruzou as nossas linhas do tempo, se a minha realidade é outra...

O destino quis brincar comigo, mas recuso tal ironia...

Não vou esquecer a razão!

Você como o passado, se faz e se foi...

Não vou me entregar!

Agora parte de meu jardim, já fez o que tinha de ser feito, me deixes aqui...

Minha casa, meu mundo, meu jardim, aqui eu sou soberana...

Adeus clandestino!

Roseane Rodrigues
Enviado por Roseane Rodrigues em 17/02/2017
Código do texto: T5915663
Classificação de conteúdo: seguro