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O não ver. A infinita possibilidade contida no manter os olhos fechados… A praça. A rua. As pessoas. Vagos sentidos, vaga visão que nos deixa atordoados por sempre precisarmos confiar na sua precisão. Enquanto mantenho os olhos fechados tudo é possível, a praça é bosque, a rua é universo e as pessoas tornam-se apenas o que verdadeiramente são. Mas basta abrir os olhos e tudo torna-se definido, a praça volta a ser praça, a rua volta a ser tomada por carros e as pessoas pelas máscaras do cotidiano.

Enquanto estou aberto aos múltiplos caminhos o infinito é tangível. O ir e vir, o ser e o não ser… Todas as contradições da vida tornam-se apenas escolhas, caminhos e direções. No entanto, a todo momento sou bombardeado por imperativos que me deixam perdidos por seus excessos de precisão: Faça! Compre! Escolha!

E no exato momento em que os atendo, feito sujeito passivo numa simples oração, a possibilidade do infinito se foi. Sobrando comigo apenas o feito, a escolha e o produto. Não há mais opções no universo desconhecido, não há mais irrealidade na realidade… Não há mais eu no nós… Apenas sobra um idiota perdido em suas próprias indagações.

Autor: Rafael Augusto Fachini

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