Clareza

Aborrecer-me? Nunca!

Se tenho a maresia a salgar minha madrugada e o mormaço a acariciar meu corpo eu não tenho esse direito.

Levantar-me? Jamais!

Olhando o mar impaciente, ressaqueado e espumoso sinto seu poder, molho meus pés humildes e assinto.

Amedrontar-me? Em tempo algum!

O verde é seiva, o azul renova, faz nuvens macias em forma de bichos e ainda risca o céu de branco só para enfeitá-lo.

Persistir e ter fé? A todo instante!

A cascata jorra livre, o chão molhado de chuva secará sozinho e há uma chance orvalhada de sereno em cada manhã.