Pé de feijão

Emergiu como uma pequeno pé de feijão. No aconchego dos seus braços me vi pequeno. Apequenado pelo cinza que cobria meu coração, ouvi passos. O marejar dos meus olhos salgava aquilo que outrora era tão doce. Soluçando, já cego, me senti minúsculo diante do mal que exalava da minha própria alma.

Tudo que o sol banhava em ouro, agora era monotonia. Uma triste agonia que clamava pelo fim do dia, pelo fim de tudo. Um cansado constante, capaz de exaurir a mais simples alegria... o algodão daonde brotava aquilo só poderia ser podre. Um carvão, um lamaçal ou um abismo, com chamas inescrupulosas ardendo qualquer bom pensamento. Crescendo, consumindo, asfixiando.

Inalei por muito tempo aquela fumaça horrível, negra e espessa que dissolvia absolutamente tudo. O simples pensar virava ausência. E como dói isso, como aperta o peito e faz chorar de um jeito compulsivo e inexplicável.

Só quem já perdeu as cores do dia numa tarde ensolarada sabe como dói. O pé de feijão parou de crescer, acho que morreu, eles sempre param de crescer uma hora...

Mas eu sei que ele vai voltar, em outro vazio entre meu coração e minha alma e a dor que acho que superei, voltará, me esganará e chorarei com inocência, como uma criança magoada.

Mas até lá, deixa eu ficar em silêncio. Apreciar esse teu sorriso maravilhoso e curtir essa sensação boa que é pensar em você!

ProjetoProsa
Enviado por ProjetoProsa em 19/12/2016
Reeditado em 28/10/2017
Código do texto: T5858115
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