Entre copos
Amargo que flui adocicado
Fumaça que perfuma e impregna
O som alto não me incomoda
Estou anestesiada
As mesas e cadeiras anônimas
São mais minhas do que ninguém
E os rostos cansados são meus amigos
A rotina massacrante
As condições degradantes
Transformam as garrafas em familiares
O sonho transforma se em pó
E as expectativas frustrantes
A cevada cai melhor do que o café
Não quero energia
Quero descanso
As noites se transformando em madrugadas
Os dias em anos desgastados
Juventude perdida
Envelhecimento atroz
As terças feiras são eternas
E as sextas não significam nada