Entre copos

Amargo que flui adocicado

Fumaça que perfuma e impregna

O som alto não me incomoda

Estou anestesiada

As mesas e cadeiras anônimas

São mais minhas do que ninguém

E os rostos cansados são meus amigos

A rotina massacrante

As condições degradantes

Transformam as garrafas em familiares

O sonho transforma se em pó

E as expectativas frustrantes

A cevada cai melhor do que o café

Não quero energia

Quero descanso

As noites se transformando em madrugadas

Os dias em anos desgastados

Juventude perdida

Envelhecimento atroz

As terças feiras são eternas

E as sextas não significam nada

Ruana Castro
Enviado por Ruana Castro em 17/09/2016
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