Dedicado a todos que não desistem

Somos tão insatisfeitos com tudo que chega a ser uma afronta a vida.

Acordamos. Mais um dia começa e na maioria das vezes não nos damos conta de que na verdade somos muito ingratos.

Tudo se torna motivo para reclamações.

Uma toalha molhada que deixam em cima da cama, ou a esposa que queimou um arroz(ou o próprio marido mesmo) enfim, entre essas e outras pequenas coisas cotidianas que verdadeiramente nos estressam. Qualquer pisão no dedo do pé(literalmente) se transforma em uma tragédia e vocês sabem disso e que não estou sendo exagerado. Ademais, não temos parado e aproveitado momentos que infelizmente nunca voltarão.

Deixando toda essa embromação de lado, vocês devem estar se perguntando em que isso tudo relaciona a jogos paralímpicos e aos nossos queridos heróis.

Me foi dada a tarefa de produzir um texto sobre os jogos e confesso que foi uma tarefa que me fez refletir bastante e chegar a uma conclusão: Eu em plena consciência não posso se quer tentar me por no lugar de qualquer um daqueles atletas e de outros que não são atletas.

Eu enxergo bem, tenho minhas pernas, braços, mãos, audição boa, posso falar enfim, seria hipocrisia de minha parte. Volto a enfatizar que falo por minha pessoa.

Retomando. Como eu, um ser saudável fisicamente e mentalmente, posso me por na posição de uma pessoa que gostaria de ver a toalha molhada em cima da cama. Ou poder ouvir o cônjuge dizer que o arroz queimou e poder falar que não faz mal pois eu posso com minhas pernas correr até a lanchonete da esquina e nos trazer um “podrão”.

Só sei que refleti muito e outro consenso me ocorreu no mundo das ideias. Fisicamente somos todos direitinhos com nossos sentidos e membros. Todos nos seus devidos lugares.

Mas somos cegos sim. Quando nos deparamos com situações que podemos muita das vezes, fazer algo para mudar e não fazemos nada. E sabe porquê? Somos mudos. O medo de falar a verdade no momento certo nos aprisiona nessa escuridão social e então caímos no profundo abismo da ignorância. E perdemos nossos movimentos, não ouvimos mais nada. E muitos não conseguem sair dali.

Só que todos esses atletas e não atletas, pessoas com todos os motivos plausíveis para acordarem de mal humor, reclamarem da vida simplesmente nos mostram que não é nenhum problema, deficiência ou as vezes a eficiência de algo ou de qualquer parte de nosso corpo, que pode nos parar.

Repito, não me ponho no lugar deles. Mas a admiração que tenho por todos eles, isso eu não nego.

Termino aqui meu pensamento que, a grosso modo espero causar a mesma reflexão que tive, de que não vale a pena morrer por qualquer coisa ou se entregar a uma dificuldade de bandeja.

Enquanto nos restar fôlego, vamos lutar até o último palpitar do coração e falar: “lutei o bom combate…” e descansar tranquilo.

Dedicado a todos que não se abatem aos gigantes, muralhas e caminhos espinhosos que cruzam seus caminhos. Com carinho aos Atletas Paralímpicos.