Loucura

Algumas horas se passaram, e eu me mantinha aqui... banhada em minhas lagrimas, e sangue em minha alma, lembranças que me torturavam e realmente desejava esquecer, aquele ser asqueroso que era, mas não era facil, e não notei a presença de um ser repugnante, que quando falou me tirou de meus pensamentos tão medonhos.

Finalmente … nos encontramos, nobre!

Virei-me assustada, estava tao perdida em mim que esqueci que na floresta todo tipo de ser habitava ainda mais na calada da noite, levantei-me pronta para o combate, mesmo sem saber o que estava acontecendo.

Quem é você? O que quer?

Não se recorda de mim, minha adorada, e tão amada vampira das trevas?

Quando ele disse isso, veio-me a imagem novamente daquele ser em outras eras, era Death, o demonio mais temido do submundo, então tentei me controlar e manter meu disfarce.

Penso que não o conheço Senhor, deve estar havendo um engano! Estás em minhas terras, posso ajuda-lo em alguma coisa?

Não há engano nenhum, a seculos te procuro, temos contas a acertar, e você sabe disso Condessa..., e sua hora chegou, agora não tens mais aquele Lobo Maldito para sua defesa, pelo o que sei ele pagou alto o preço por amar uma Vampira!

Dizendo isso ele soltou uma risada, que me fez estremecer, sabia a indole de Death, apaixonado pela morte e pela tortura a seus rivais, e não estava pronta para enfrenta-lo naquele momento, sentia o cheiro do enxofre vindo dele, e isso me dava nauseas, apesar de ser quem sou. E tentei manter a calma, ao menos aparentemente.

O que deseja Death, depois de tantos seculos? Nao sou mais util a ti, e você sabe disso!

Vejo que se lembrou quem sou, minha adorada, quem disse que não? Sua fama ainda continua a mesma sabia ? Sei que ainda mais forte, mais poderosa que antes, apenas escondida no mundo dos mortais, e ate hoje não sei porque disso, já que teria tudo o que deseja em tuas terras, que pelo sinal se quadriplicaram desde de nosso ultimo encontro.

O que quero, não lhe interessa Death, diga a que veio e retire-se, não tenho tempo a perder!

Sei que não Soberana, vim buscar você... o que acha que vim fazer? És minha e disse que não iria desistir de você, esperaria o tempo que fosse para reinares ao meu lado!

Perdeu seu tempo Death, minha resposta ainda é não!

Dessa vez não Soberana, não tem escolha, irás comigo, desejando ou não, sei que teus poderes aqui são mais limitados e em meus dominios, nada podera fazer!

Engana-se!

Dizendo isso avancei naquele ser com meu punhal, queria trucida-lo, minha ira misturada a minha dor, não me permitia pensar claramente e eu sabia disso, e nesse momento ele agarrou meu braço, com uma força descomunal, que eu não reconhecia e riu, satisfeito com o que acontecia.

Pelo o que pode ver minha adorada, não foi só você que evoluiu, eu tambem, obtive alguns previlegios me aliando a HADES, no mundo dos mortos, agora iras comigo por bem ou por mal, mas irás!

Tentei me soltar, sem conseguir, então resolvi me acalmar, apesar de todo sentimento contraditorio, olhei a volta, os servos de Death estavam em alerta, nada poderia fazer naquele momento, e sabia que ele não poderia mais retornar ao submundo, ao menos por agora, pois estava quase amanhecendo, e queria saber onde era teu esconderijo no mundo dos mortais, talvez descobrisse sua fraqueza e só assim pudesse extermina-lo de vez.

Solte-me, irei com você! Não é preciso tanta violencia!

Violencia? Não viu nada minha Rainha, mas por prevençao.....

Ele virou-se para seus servos e disse... algeme-a.. não quero que fuja, o dia é favoravel a ela e não a nós, aqui no mundo dos humanos, então me empurrou, me deixando a merce de seus servos, que me algemaram como se fosse uma criminosa, sentia tanta raiva naquele momento, mas precisava me conter, e usar a mente, para não me perder mais uma vez. Acompanhei-o em silencio, de cabeça baixa, tentando não esquecer o caminho cruzado, deixando cada detalhe na minha mente, ate que chegamos ao acampamento deles, uma gruta, na Floresta , um local pelo qual não havia passado ainda, e que me era completamente desconhecido, alias, jamais havia vindo para esses lados, pois sabia que os seres das trevas habitavam e respeitava isso. Fui jogada em um canto, como um animal, minha furia só aumentava, sabia do que precisava naquele momento, sangue, ele me deixaria mais forte, mas como conseguir isso, então aguardei o momento exato, e quando um dos servos de Death apareceu, me alimentei dele, como animal que era, e me saciei daquele sangue, tão sujo, só precisava aguardar Death agora, para saber da demora daquele ser, e não demorou muito para que ele viesse a mim.

Como vejo, sua sede foi saciada minha adorada! Admira-me isso, sabes o quanto gosto do seu lado selvagem!

Apenas sorri, de um jeito que apenas eu sabia, conhecia a fraqueza de Death, era egocentrico e a luxuria fazia parte de teu ser repugnnte, então coloquei meu plano em execução.

Meu querido Death, essas são maneiras de tratar sua futura esposa? - disse me insinuando a ele, que logo reagiu positivamente, apesar de ser o mestre de todos, perdia a razão quando o assunto era prazer.

Cláro que não minha Rainha, mas antes prometa-me que não tentará fugir, e a libertarei...

Tens minha palavra Death , que não “tentarei” fugir...

Confio em você, minha Soberana.... - dizendo isso ordenou que me soltasse, e senti aquelas mãos em meu corpo, e ocultei minha repulsa, pois fazia parte do meu plano.

Obrigada Soberano, me sinto melhor agora... poderiamos comemorar não?

O que tem em mente minha Soberana das Trevas?

Uma festa, aqui... o que acha meu querido? Bebida não sera dificil de conseguir, conheço o lugar certo, e penso que iriamos nos divertir aqui no mundo dos mortais, se puder ocultar essa sua imagem, que é tao repugnante a eles, é claro!

Sabes que posso minha Rainha!

Dizendo isso, ele aparentemente era um homem normal, apesar da essencia demoniaca, que estava latente nele, prefiria-o assim, naquele momento, seria mais facil para meus planos, então peguei-o pela mão, e o fiz me acompanhar ate a taverna do outro lado da Floresta, onde eramos completos desconhecidos, e o embebedei, sabia que na forma humana ele não teria tanto controle com o alcool, como na forma demoniaca. Então, quando vi que não se aguentava em pé, coloquei meu plano em ordem, levei-o para o quarto na parte superior da taverna, pois já havia conversado com o Dono do local, pago a diaria, estaria segura ali.

Subimos, com ele trançando as pernas, não se aguentando em si, rindo alto, e agarrando-me como um animal no cio, essa seria minha chance, entramos e tranquei a porta, para ter certeza que não seriamos incomodados, o fiz sentar na cama, enquanto dançava o enfeitiçando e despertando ainda mais teus desejos, eu nesse momento estava usando todas as armas necessarias, para conseguir ludibria-lo como humano, era a forma que estava, despia-me lentamente, e a cada peça jogada ele delirava de prazer, ate que não resistiu e me puxou para seus braços.

Finalmente minha Rainha, vamos ser um só!

Sim, meu Soberano, teu desejo sera realizado, nossos reinos se unirão!

Então, embriaguei-o com meu beijo mortal, sabia que nenhum ser resistiria a isso, e quando ele menos esperava, cravei meus dentes, e suguei-lhe o sangue maldito, vi coisas que jamais poderia imaginar em toda minha existencia, ele não tinha força para reagir, e só o soltei, quando tive certeza que havia deixado teu corpo inerte, e lentamente ele foi tomando a forma de demonio, então peguei meu punhal e arranquei teu coração, e afastei tua cabeça do corpo, apenas para garantir que não tornaria a viver, estava a me sentir mal, pelo sangue que tomei dele, pensamentos e vivencias daquele ser estavam em mim agora, fui inconsequente, tendo me alimentado, dele, mas agora era tarde. Vi seu corpo se desfazer em minha frente, finalmente estava morto aquele ser maldito, me vesti e verifiquei que não havia rastros do que foi feito naquele quarto, nem mesmo uma gota de sangue, em minhas vestes ou em mim, tudo perfeito, apesar de meio tonta, desci, paguei o taberneiro e me retirei daquele lugar.

Me sentia mais forte do que antes, apesar de todas as sensações negativas em meu ser, pude notar que todos os que o acompanhavam desapareceram, estava segura novamente, então abri minhas asas, voei sobre a floresta para averiguar se tudo estava calmo, fui ate a gruta onde os deixamos e nada, era um problema a menos para se resolver.

Agora precisava controlar minha furia, pois ela não me pertencia, e assim retornei para a mansão e me tranquei em meus aposentos, não podia fazer mal a nenhum dos quais me acompanhavam, assim estariam seguros, e dei ordem a todos que não queria ser incomodada, e assim foi feito.

Os dias que se passaram foram complicados, entre a furia e a dor, lembranças minhas se misturavam a de Death, pesadelos sem fim, mas iria sobreviver a tamanha confusao eu sabia disso, era só questao de tempo, afinal não seria quem sou se não fosse capaz disso.

Uma semana se passou, e já tinha voltado ao normal, e a ordem voltava as minhas terras mais uma vez.

Condessa Drakon
Enviado por Condessa Drakon em 02/09/2016
Código do texto: T5748230
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