Sobre fé

Existem cativeiros que são castigos de Deus, mas, outros, são consequências de nossas escolhas, que nem sempre parecem erradas mas fogem dos planos de Deus para nós. A escravidão no Egito foi um cativeiro suscitado por uma escolha dos hebreus, não foi um castigo. O cativeiro babilônico, ao contrário, foi um castigo explicitamente anunciado por Deus ao povo.

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A gente fala que quem não se converteu está no Egito e que tem que se converter... mas: "aquele que pensa estar de pé, cuide que não caia", né? Os hebreus eram povo de Deus e, mesmo sendo povo de Deus, muitas vezes se viam em cativeiro por causa deles mesmos.

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Acho que "religiosos" podem até ser candidatos. Todo cristão é livre pra fazer o que quiser, mesmo. Nem Deus proibe. Mas não concordo que usem a fé como trampolim nem fiquem usando jargões da fé como slogan. Se Jesus quisesse salvar o mundo pela política teria se revelado a César e a Pôncio Pilatos, diante de quem disse: "meu reino não é deste mundo".

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Um dia eu, chateado com não lembro o quê, resolvi não ir à igreja. Queria ficar em casa, na caverna. Aí, um amigo que há muito não o via, apareceu angustiado pedindo uma palavra de ajuda. Conversamos a noite toda e eu não disse nada do meu aperreio, mas acabamos os dois edificados. E entendi que Deus queria mesmo que eu ficasse em casa.

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"Quando você é pastor, você É pastor. Não é uma função. Tem a ver com o modo de ser, de olhar, de interpretar, de se dar para os outros, de tratar a vida, de tratar o próximo. Isto é ser pastor, o resto é profissionalismo sacerdotal dispensável" (Caio Fábio d'Araújo Filho).