São versos estranhos...
Estranho ser e não ser, caminhar sem sonhar, sonhos que antes eram supridos pelo conforto e bem sucedido caminho, completamente estranho não desejar a verba do trabalho, mas os efeitos no próprio eu... Almejar emoções, sentir deixar-se em cada gesto, em cada objeto, alimento, alento, e ao mesmo tempo criar consistência, fazendo da farda liberdade e proteção. Tão completamente estranho sentir que a falta de um sentido aprimore todos os outros em um tempo de indeterminação e ainda assim, no oculto do ser sentir espasmos de emoção. Se das mãos o calor desaparece, o café suplanta esquentado o coração, se da boca desaparecem dizeres o peito transborda em abraços feito laços de todas as palavras quentes e sem pretensão. Se no semblante não transparece tristeza, pode ser que dela tenha sobrado apenas essência e comunhão. É estranho versar de sentir, compor por amor, ao simples, imperfeito, essencial, humano, caminho.
16/07/2016
CAMPI