Talvez

Talvez estivesse dormindo

ou remando em outros pensamentos

e nem tenha visto ou ouvido

a brutalidade da onda que espatifara o seu barco.

Não viu mais o barco, nem a tripulação,

nem leme, velas ou timão.

Não sobraram mapas nem bússolas,

nenhum norte, nenhuma sorte.

Talvez continue dormindo

e isto não passe de uma febre marítima.

Talvez esta ilha artificial

cercada de gente artificial

não passe de uma insolação.

Talvez pareça a tábua da salvação.

Talvez mais uma prisão.

Paolo Christ
Enviado por Paolo Christ em 21/06/2016
Reeditado em 30/06/2016
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