Certos erros.

Somos tantos desencontros,

quantos encontros marcados;

Somos tantas escolhas,

quantas opções esquecidas.

Somos tudo que vivemos,

quanto adormecido o que perdemos.

Há em nossa aparência

um pouco do que somos,

mas vemos muito pouco

no espelho e muito mais

no que recusamos e acusamos

ainda refletido nos outros.

Somos os desvarios

que chamamos de loucos

e ainda alguns desafios

que pensamos ser poucos

na vida dos outros.

Somos por essência

tudo o que pensamos

ser por acaso.

Somos o cúmulo de descaso

de uma natureza pobre,

de toda riqueza natural.

Somos o erro de tentar

a todo momento saber

por observar ou adivinhar

o que realmente somos.

Viver é o único acerto.