Abraçou a quem amou

Fazia mal para toda chuva que seu telhado abraçava.

Subia em janelas proibidas para abraçar sonhos.

Abraçava qualquer um que suplicava seu amor.

Abraçou a morte.

Abraçou a dor.

No gozo dos 30 anos abraçou seu filho.

Que mais tarde também suplicaria seu amor.

E que mais 30 anos abraçaria a morte.

Então abraçou a saudade.

De quando a chuva era quem abraçava sua curiosidade.

Em ver o mundo.

Em saber de verdade.

Onde estava aquilo tudo. Onde estava sua coragem.

Abraçou todo o mal que fez pela chuva.

Que unicamente foi quem amou de verdade.

Amou a todos calada.

Abraçou com carinho a chuva.

A quem restou no fim de tudo.

Geovani Nogueira
Enviado por Geovani Nogueira em 16/05/2016
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