Pecado mortal (EC)

A acepção do termo pecado no dicionário Aulete: (pe.ca.do); sm.; do lat. Peccatum, é assim descrita:

1. Rel. Violação de preceito religioso:

2. P.ext. Falta, erro, transgressão:

3. Crueldade, maldade:

4. Pena, lástima:

5. Estado em que se encontra uma pessoa que violou um preceito religioso.

O pecado existe no homem desde a sua origem, é o que diz o texto religioso. Confesso que nunca compreendi bem a história do pecado original. Se foi o desejo do saber, se foi desobediência ou se foi o desejo pelo outro, o simples querer bem, ficar próximo, talvez – apenas uma visão simplista e pessoal.

Mas, observando os homens e a história que a humanidade tem construído, me envergonho, tantas vezes, dos pecados a que todos assistimos serem cometidos. É pecado, sim, todos sabemos, porque pecado é tudo o que destrói, maltrata, aniquila a alma e exacerba o ego.

No noticiário costumeiro, manchetes de todo o mundo nos apresentam a pior face do homem. No Sudão do Sul, país ao leste da África, permitem-se estupros como pagamento a soldados, afirma ONU (11/03/2016). Em Nova Déli, jovem indiana morre após ser estuprada e queimada (09/03/2016). Em países do Oriente Médio, Ásia e África, Meninas com oito anos se casam, o casamento infantil é considerado pela ONU uma violação fundamental dos direitos humanos. Na Síria, mais de três milhões e meio de crianças – uma em cada três – nasceu em uma área de guerra desde o início do conflito no Oriente Médio, há cinco anos (Relatório da Unicef/2016).

Na Europa, na perigosa rota de imigração mulheres sofrem abusos sexuais e violência. E em todo o mundo, 1 em cada 3 mulheres já sofreu violência física e/ou psicológica em algum momento da vida (ONU, 2016).

São inúmeras as notícias que atestam o processo de desumanidade que vivenciamos (as mulheres e crianças são os que mais sofrem) – calados e desprotegidos.

É claro que acreditamos no bem, na bondade e a nossa fé repousa sobre a conversão da humanidade. No entanto, nos perguntamos – haverá tempo para um novo começo?

A impressão que tenho é que estamos aqui, nessa morada, fazendo uma experiência – somos ratos de laboratório, muito inteligentes. Mas, paradoxalmente, temos feito tudo errado e aprendemos muito pouco.

E no final dessa jornada, atônitos, nos perguntamos, assim como Drummond, a respeito da vida: “Mas era apenas isso, /era isso, mais nada? /Era só a batida/numa porta fechada? (...). Como viver o mundo/ em termos de esperança? / E que palavra é essa/ que a vida não alcança?”.

Este texto faz parte do Exercício Criativo – Pecado Mortal.

Saiba mais, conheça os outros textos:

http://encantodasletras.50webs.pecadomortal.htm

RosalvaMaria
Enviado por RosalvaMaria em 15/03/2016
Código do texto: T5574994
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