Pequenos Surtos

Quando as coisas progressivamente degringolam o silêncio brusco repentino faz-se subentendido: acabou. Vai acabar. Está para acabar. Está tudo uma pilha de merda pronta para desmoronar em avalanche. Entretanto, quando o silêncio brusco repentino surge quando tudo está aparentemente bem, bem, surge junto esse inferno: miríades de dúvidas se contrapondo a certezas dúbias, bem como o combalido orgulho peitando a furtiva capciosa carência; necessidade de saber, entender, discutir, resolver, largar mão, gritar até arranhar a garganta, amargá-la com a bílis azeda e esmurrar a parede, amaldiçoando tudo quanto é volta que esses ponteiros deram enquanto eu decidia que era você, sim, que havia feito com que eu me sentisse minimamente interessado em um ser humano - essa racinha - e seria aquela a quem eu veria em holográficos amplexos na parte posterior das pálpebras quando fechasse os olhos ouvindo Quando Bate Aquela Saudade.

12/03/2016

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 12/03/2016
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