DESPEDIDA
Façamos um trato. Que não falte uma história vivida, por mais curta que seja, por mais louca que se interprete, por mais esquisita que se comentem. Guarda-a em sigilo, em sete chaves, que o selo que esconderá essa verdade sejam nossos beijos demorados.
Aliás, beije-me intensamente, que consista nesses beijos a fugacidade do simples. Não lhe recomendo me imaginar como mais uma moça ser beijada. Esquece aquelas histórias de princesas que sua mãe contava à sua irmã antes de dormir. Não quebrarás encanto algum com um beijo, aliás, atarás o meu querer, conseguirás fazer um coração bater mais forte.
Não confundas esse beijo com paixão! Nem acredites que tal sentimento é prisão. Faz parte de mim, querer, desquerer e requerer. Não busco o apego, nem abro a porta da saída, mas se quiseres entrar: seja bem-vindo!
E quando chegar o dia, desses beijos se desencontrarem, que restem boas lembranças de amizade e companheirismo. E essa será a melhor das despedidas, sem partida, sem dor, sem amor ou ódio, apenas com a doçura de um viver algo bom e recíproco.