Eu acho mesmo que não nasci pro amor.

Eu não nasci pro amor. Não digo isso por ser uma eterna azarada no assunto e nem por ter doutorado em decepções. Só acho que não nasci pro amor. Não nasci pra esse eterno ciclo de coração partido, que mesmo quando cicatriza, sangra. Não nasci pra ver um pedaço do meu eu ir embora, de forma fria, como quem já estava calculando o dia exato da partida. Não nasci pra amores que tem pressa. Não nasci pra amores com prazo de válidade. Não nasci pra beijos de mentira. Nem pra olhares de mentira. Eu acho mesmo que não nasci pro amor. Mas nasci pra amar. Nasci pra entregar tudo de ruim que eu tenho. Todos os meus defeitos. Nasci pra entregar meus medos. Inseguranças. Nasci pra amar. Amar. E só. Nasci pra ver meu amor ir embora e continuar aqui, guardando cada pedaço que ele não levou. Continuar aqui mandando meu amar, me entregando de longe. Amando de longe. Mas se me perguntarem se sobrou alguma coisa aqui dentro eu vou negar. Bater o pé e negar. Não sobrou nada e eu nem lembro mais dos nossos dias bons. Não lembro mais do seu rosto e esqueci o som da tua voz. Nem sinto mais a frequencia de quando eu encostava a cabeça no seu peito. Eu não nasci pro amor. Eu só nasci pra amar, meu bem.