Condição humana
Ao nascer recebi um nome, recebi também uma familia: casa, roupas, alimentos, em fim tudo aquilo que faz parte da condição natural da vida.
Creci em uma determinada sociedade, a qual a todo instante nos ensina as "grandes " distinções e papeis sociais os quais cada sujeito ocupa. O homem, a mulher; o menino, a menina; o heterossexual o homossexual; tudo "Bem Esclarecido" e com uma "bela" distinção. E porque eu não aprendi a lição correta? Deveria ter ouvido a minha professora quando ela separava as brincadeiras dos meninos e das meninas, o azul, do rosa; o carrinho e a boneca. Mas como dizer não a minha natureza existencial? Sempre fui o avesso nunca gostei que alguém me limitasse a ponto de dizer o que era certo ou errado.
Hoje o tempo se passou, e as mesmas perguntas as vezes voltam-me atormentar, a inquietude é morada em minha mente, e nesse cenário em que vivemos pensar sobre a condição humana talvez seja um mecanismo que encontro esperança para seguir os dilemas da vida. O que é curioso refletir sobre a questão é: Desde o momento em que nascemos até a nossa morte, somos "moldados" assumimos aquilo que é visto como "normal", o qual nos estabeleceram como propósito de normalidade, a cultura nos define, os padrões nos ditam regras, e qualquer tentativa de autenticidade é velada.
Será possivel então o conceito de liberdade? Quando posso fazer minhas escolhas? Talvez a resposta seria simples: Eu poderia escolher não seguir tudo isso que aqui foi dito, mas essa resposta é insuficiente pois ao passo que resistisse tudo que se impõem sobre mim eu me tornaria um alienado, ou buscaria uma outra forma de ser livre e cairia em outro sistema social imposto.
Em todo caso isso parece ser um circulo que não tem fim, e talvez não tenha mesmo!
Assim me pergunto: Eu escolhi isso tudo que constitui meu ser? Ou a condição humana determinou boa parte do que sou? respostas(...) talvez essas não sejam tão convincentes, mas de uma coisa eu tenho certeza, não basta lamentarmos ou so questionar a própria condição humana, e aqui talvez o pensamento de Sartre faça algum sentido: "Não importa o que fizeram de você, o que importa é o que você fará com aquilo que fizeram de você." Portanto busque alternativas criativas para viver nessa condição onde fomos condicionados a viver, e viva não passe apenas pela vida, atreva-se a ser todo mundo ou ninguém, tropeçe, caia, mas levante. Pois ninguém atravessará as pontes que você precisa passar.