Carta a Uma Vivente

Hoje estou aqui distante e perto de você,

eu não pude imaginar que aconteceria de repente,

achei que teria tempo de me desculpar e aproveitar,

e essa distância inquebrável não me deixa mais contente.

A uma hora atrás te tinha em minhas mãos,

podia te tocar, te beijar, te abraçar e te cuidar,

mas a vida me foi tomada

e vi tudo de repente mudar.

Neste exato momento eu alcancei a sublime eternidade,

tudo pra mim funciona numa rotação gigantescamente maior,

eu posso te olhar, posso te ver chorando, e teus pais te consolando,

mas você não pode ver que estou só.

A saudade é muito maior quando se é sentida daqui,

o remorso multiplicado pelo expoente da eternidade arrebenta,

aqui realmente alguém vivo não suportaria,

pois essa multiplicação o coração não aguenta.

Agora perto de vocês Deus está a consolar,

agora perto de vocês eu vejo um monge,

eu sei que não terei outra chance de consertar,

mas prometo, eternamente te cuidarei de longe.

É um longe tão perto pra mim,

e um perto tão longe pra você,

eu queria ter brigado menos, e ter te amado mais,

e agora me diz, o que fazer?

Estico minhas mão e elas passam por dentro do teu rosto,

e como dói não poder te tocar, preferia a vida voltar,

porque não aproveitamos o tempo que tivemos?

É tão complicado pra mim te vê chorar.

Eu não consigo perdoar os erros que cometi,

eu poderia ter aproveitado mais e brigado menos,

não errei sozinho, isso você tem que admitir,

se eu tivesse um coração, agora ele estaria doendo.

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Ricardo Letchenbohmer
Enviado por Ricardo Letchenbohmer em 26/12/2015
Reeditado em 26/12/2015
Código do texto: T5491106
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