E se?

Há alguns meses, talvez anos, venho carregando tudo dentro de mim, e há um bom tempo não permito que as coisas sejam escritas para o meu alivio, e hoje estou aqui.

Parece tudo colorido, para os que assistem meus dias de longe, mas não é! Minhas lágrimas não existem mais, família nem sei mais qual o significado, e os erros, os pesadelos, os medos estão colados em mim. Não há um dia no qual eu não me arrependa das escolhas que tomei, mas eu sei o quanto fui justa.

Vivo com alguém que me amedronta, que me faz perder horas de sono por conta da preocupação e o constante medo de acontecer tudo novamente. Estou no meio de um relacionamento mal sucedido, onde ambos estão jogando sobre mim o peso da infelicidade. Sou o escudo, o saco de pancadas, e o travesseiro molhado por lágrimas e socos de pessoas desestabilizadas.

Perdi meus sentidos, estou perdendo minhas forças, colecionando manchas pelo corpo, acumulando lágrimas que não saem por nada, e escondendo o quanto estou infeliz, e não acho saída para tal situação. Há algumas semanas sinto dores insuportáveis, fraqueza, cansaço e dificuldades para ouvir, falar, lembrar. Meu coração dispara só de lembrar dos resultados que busquei, e se esses 70% estiverem certos? E se?

Quero amar loucamente, quero ser a semente do amanhã para alguém, quero estar presente, e viver intensamente nesse mundo segurando nas mãos de Jeová. Apesar de tudo, ainda tenho vida, ainda tenho desejos e sonhos dentro de mim.

Não sei mais a quem buscar, em qual ombro me apoiar e finalmente, chorar. Eu, prisioneiro meu, descobri que dentro de um pequeno quarto é onde eu me sinto segura; depois de todo esse desabafo em vão, um coisa garanto para você que me acompanha nas palavras, estou viva, e estarei até que que esses 30% me faça permanecer.

Yasmin Silveira
Enviado por Yasmin Silveira em 22/11/2015
Reeditado em 23/11/2015
Código do texto: T5457626
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