O amor I

“E mais uma vez o amor vence. Isso é bom ou ruim? Creio que seja bom, ainda que ele não seja por mim. O amor é lindo. É a maior dádiva que existe. Saber amar é, dentro de sua subjetividade, algo incrivelmente raro. Isso eu fui descobrindo aos poucos e não foi nada fácil aprendê-lo. A vida é mesmo como A Quadrilha, do Drummond. Não há como evitar sentir amor por quem sente amor por outra pessoa. Por isso, para mim, ainda é difícil acreditar na reciprocidade. Mesmo assim, a cada dia que passa, eu me surpreendo mais. Revoltas vieram; amigos se foram, assim como possibilidades... E só o que realmente importa ficou. E ainda bem que o amor não é um sentimento linear. E não se ama só uma vez; e não se ama só uma pessoa; e pode-se amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Porque o amor não é egoísta; o ciúme é. Só que o amor, mesmo não sendo um sentimento egoísta, é composto de intensidades. E cada um pode ter sua importância na vida de alguém. Por esse motivo, podemos ser mais ou menos amados do que outra pessoa. O Drummond estava certo; às vezes amamos mais do que somos amados, mas ele se esqueceu de um detalhe: o mais importante é amar. Ser amado é conseqüência de suas atitudes dentro de uma relação. E feliz daquele que ama e passa por cima de seu orgulho; ignora suas inseguranças e segue em frente, sem se importar tanto com o que o outro sente. Isso também é amar.”

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 07/11/2015
Reeditado em 09/12/2019
Código do texto: T5441410
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