Face nordestina

Com a cara do sertão,

Ao sol, o trabalho dia-a-dia,

A vida como de um ermitão,

Testa marcada toda em fatias.

Insolação no rosto, calos nas mãos,

Nada de mordomias.

Garantindo, com isso, o pão:

A fome que se irradia.

Na Xerófila verde do sertão,

O solo clamando chia,

Restos em decomposição

De uma vida sem harmonia,

Exagero que não é pouco,

Semelhança em sintonia.

Terra rachada como é o rosto,

Identidade de um povo,

No sofrimento um do outro,

A real face nordestina.