Broken

Eu adorava escutar ela falar, adorava compreendê-la e conversar com ela, dava toda a atenção do planeta, ligava meia hora depois da despedida pra saber se tudo estava bem, adorava apertá-la em meus braços na frente de uma televisão mostrando um filme e fazê-la dormir no meu colo e ficar olhando, admirando, a mulher mais bonita da galáxia, que sem maquiagem era mais linda ainda, que era assim, quanto mais simples, mais maravilhosa, que eu insistia em passar o braço por detrás do pescoço mesmo ela não gostando, quis apresentá-la à todos aqueles que fazem parte da minha vida, mostrá-la aos meus amigos, amigas, mãe, irmãos e gatos, eu que me preocupava de forma constante e paternal com ELA, que sorria sozinho agradecendo a sorte que à mim foi contemplada conhecendo ELA e mais, tê-la ao meu lado durante um certo tempo, eu que me achava o cara mais satisfeito e vitorioso, eu, que me vejo hoje andando em areia movediça, que me sinto um perdedor, porque a minha maior vitória era tê-la pra mim, únicamente pra mim, e não consegui isso, porque ninguém é de ninguém, fazer o quê?

E me resta o de sempre, o habitual, o usual, o companheiro ato de esquecer, esquecer, esquecer, esquecer, esquecer e esquecer de novo e congelar, congelar, congelar, congelar a alma, é fazer o quê, claro que eu queria tudo diferente, mas, fazer o quê, e quer saber?

30/03/2009

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 23/10/2015
Código do texto: T5424134
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