Sentença

"Este texto é minha sentença"

Nós somos um pequeno pedaço de nada em meio a imensidão negra e vazia do universo. Nossa vida pode parecer cheia, turbulenta. Mas ao comparar o que julgamos ser problema com o tamanho do universo, tudo, todo e qualquer coisa torna-se nada.

Somos seres insignificantes perante a grandeza do mundo. Você pode ter seu nome conhecido na rua de sua casa, ou até mesmo de seu bairro, mas dificilmente sua cidade o reconhecerá por algo. Se nem mesmo sua cidade te reconhece, quem dirá seu estado, ou mesmo sua nação. Mas sua nação não chega a somar grande importância ao mundo, e o mundo que hoje conhecemos não chega a ser nem como uma célula para tamanha grandeza em que consiste o verdadeiro mundo.

Em meio a tamanha insignificância, como pode você achar que teve a pior sensação existente? Será você uma criatura ignorante o suficiente para achar que não existe dor maior que perder um ente querido, em meio a tamanha imensidão desconhecida?

A nuvem negra persiste sobre minha mente. Tão negra que parece sugar toda positividade existente não somente em mim, mas em todos que me cercam. Essa sucção é sua sentença, você há de conviver com ela. E então...

A chuva cai. Pequenas gotas de água atingem minha pele como projéteis que me foram atirados. Apenas a dor é diferente. A dor física não existe, mas a dor que a frieza das gotas me causa é tão intensa quanto uma real. Me traz a sensação de solidão.

Essa imensidão é minha sentença, hei de viver eternamente com ela.

Agora, parado em meio a essa tempestade, confronto minha solidão. Não importa quão grande seja o número de pessoas que me cercam, a solidão se faz presente em mim. Não importa quão grande seja esse mundo, ele não se compara a imensidão do universo. Não importa quão grande e brilhante seja o Sol, há de existir um buraco negro que absorverá toda sua luz e toda sua massa. Toda a sua vida. Não importa quão grande sejam as boas novas desse mundo, sempre há de existir uma tímida e profunda repressão dentro de mim. Sempre haverá essa depressão, sempre haverá essa solidão.

Essa solidão é minha sentença. Viverei com ela eternamente.

Em meio a essas gotas gélidas me pego questionando qual seria a razão pela qual vivo. Existe uma razão, de fato? Ou seria eu apenas uma criatura de uma espécie que se desenvolveu o suficiente para questionar questões estúpidas como essa? Seria eu apenas mais um de uma espécie extremamente burra que quis se desenvolver para questionar sobre coisas que são apenas a ordem da vida?

Essa evolução é nossa sentença. Viveremos eternamente com ela.

Carlos Knoll
Enviado por Carlos Knoll em 29/03/2015
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