Das Saudades

Estava escuro, não a reconhecia mais.

Era gélida e pálida, nunca antes a vira assim.

O céu parecia-me negro ainda que encoberto por nuvens claras. Ao meu lado apenas uma fogueira se encontrava, com seu cristais de fogo congelado, que nada ajudavam a iluminar meus pensamentos.

Ali, restara-me apenas acariciar a pele daquele rosto, já sem vida, enquanto os murmúrios e lágrimas ficavam cada vez mais nítidas em minha face. Não se podia entender o que estava ocorrendo. De repente, em questão de segundos, e eu já me via sem ela. Não por opção, contudo certamente por minha culpa, ainda que esta não possa cair completamente sobre meus ombros... Mas... No fundo eu sabia... Uma parcela desta culpa com certeza era.

Não tive tempo de me desculpar, não houve tempo nem mesmo para lembra-la de quanto especial era em minha vida ou ainda para que soubesse que a amo.

A vida é frágil, mais frágil que um fio de cabelo, que se arrebenta e se vai e, ficamos aqui, na tentativa de entender o inexplicável.

Talvez... Realmente talvez, seja apenas isto que devemos saber:

Sim, ela é tênue...