A grande mentira:

Luciana Carrero

Dizem que falar é prata e que calar é ouro. Esta é a filosofia dos dominadores sobre os dominados. Por que? Por que eles têm medo da palavra, de quem sabe se expressar. Eu não quero prata nem ouro de tolo, do que fala só amenidades (prata) e deixa de usar o ouro das palavras em favor da humanidade. Por isso eu falo, não porque queira o ouro que domina, mas porque quero o ouro que denuncia, a palavra que corta. Porque a arma que corta a sanha dos poderosos é uma espada de ouro maciço chamada palavra. "Que me matem! Que me matem! Não será a primeira vez, das tantas que me mataram...", diz o cancioneiro popular. E quanto mais me matam, mais eu renasço. E quando morrer definitivamente, mais uma vez, ou pela última, me justifica o outro cancioneiro que diz que "o ideal que sempre nos acalentou, renascerá em outros corações. Salvemos o poder da palavra e os homens de boa vontade para lê-la ou ouvi-la. (Luciana Carrero, escritora e produtora cultural).