"COISA" QUE EU NÃO ENTENDO

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Eu nunca entendi, como é que pode

Homens jovens, fortes e de boa aparência

Que nasceram em famílias ricas e bem estruturadas

Que poderiam no auge da juventude permanecer desfrutando

Em tranquilidades aquilo que de melhor existe no seio da sociedade

Ou ainda, por usufruir de nascença uma bela e rica conta bancária

Quantas “coisas” boas poderiam patrocinar para sua comunidade

Principalmente para aqueles menos desprovidos monetariamente

Isto os levaria as graças de Deus tornando-os uns privilegiados

Recebendo benças que o fariam serem referenciados e bem quistos.

Mas não, por incrível que pareça se travestem de aventureiros

E saem pelo mundo escalando morros e a desbravar matas úmidas

No simples de não ter o que fazer o prazer de encontrar o perigo

Imprudentes não lembram que a qualquer momento podem despencar

De um cume altíssimo, coberto por espessa camada de neve

Sendo que nisto deixam soterrados o seu bem maior, a própria vida.

Ou, como vejo muitos, apenas para se vangloriar, embrenham-se

Em algum tipo de loucura por dias seguidos em matas virgens

Implorando para serem picados por cobras ou morrer de malária,

E quando isto acontece vem a família para os jornais e televisão

Em frente às câmeras fazem posse e se põem desesperados a chorar

Tentando repassar para a população que eles é que estavam certos,

Que os coitadinhos eram boníssimos, só que, de espírito aventureiro

E por isto mesmo devem ser vistos por todos como heróis nacionais

Em prantos tentam deixar impregnado nas mentes dos assistentes

Profundas penas, como se fossem culpados pelas suas imprudências.

Isto acaba se tornando uma chateação em longas reportagens

E o pior é que tem quem de fato se comova e em crônicas jornalísticas

Alongam trechos tentando aos leitores convencer da veracidade.

Ora eu penso de modo diferente, e, por favor, leiam bem, sou Eu

Já que não pensaram, ou não quiseram em vida aos irmãos beneficiar

E não tendo o que fazer, porque não se aventurar em brancos lençóis

De uma cama macia onde não haveria perigo de partir precocemente

E para acalmar o tal espírito, em bravas lutas, uma perereca capturar!

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Elio MoReira -_ Torres -_RS

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 06/09/2014
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