A SINFONIA DA EXPERIÊNCIA HUMANA

No momento em que estreitamos algo num amplexo energético e esse algo for tão forte quanto um ideal esse se imiscuirá nos refolhos, na parte mais recôndita do ser, se propalando em suas fibras como imanência.

Mas às vezes temos uma boa ideia, porém circunstâncias adversas se chocam com ela no percurso e a força gravitacional do nosso querer não é suficientemente forte para atrair esse fragmento ideativo, que então segue em rota de afastamento e não de abalroamento. Mas, não obstante se afastando, tempo virá em que esse fragmento será novamente atraído pelo nosso pensamento, que em síntese é a força atrativa que dimana do nosso ser e se comunica, a um nível imperceptível, com a essência daquilo que aciona e estimula o nosso sentimento de simpatia, que nada mais é do que a atração que uma ideia ou coisa exerce sobre o ser.

Esse fragmento ideativo, depois de se afastar justamente quando estava tão perto, vai adquirindo novos elementos constitutivos nos confins do insondável e quando novamente atraído pelo pensamento já estará impregnado de um novo cabedal de possibilidades. E se dessa vez o ser tiver força de atração suficiente para debelar a força de repulsão das adversidades, tanto quantitativa quanto qualitativamente, o ser terá novos elementos em sua constituição, os quais lhe facultarão um entendimento superno no concernente àquilo que antes ignorava.

Portanto nunca perdemos nada, apenas adquirimos. Toda perda é ilusória. A perda terá outro aspecto e será vista sob nova perspectiva quando assimilada como momentos de afastamentos e de aproximações até a comunhão definitiva com o que for objeto da nossa afinidade. Todo momento é importante e o que vem com ele também tem a sua importância. A maturidade moral, emocional e intelectual para aproveitar proficuamente o momento e sua bagagem informacional dará justamente o grau de harmonia dos elementos orquestrais na sinfonia da experiência humana e essa sinfonia poderá ser fragmentada em sonatas para elementos específicos, segundo o instrumental da Ciência ou da Arte.

Valdecir de Oliveira Anselmo

Valdecir de Oliveira Anselmo
Enviado por Valdecir de Oliveira Anselmo em 29/08/2014
Reeditado em 29/08/2014
Código do texto: T4942166
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.