Pós-Natal
Lembrava de ter sonhado com objetos, uma garrafa de Lambrusco, um pote de mel e alguns livros de Baudelaire ou Rimbaud, acontece que. Ela sempre parava em alguma fala importante, não queria mais aquelas luzes, não queria mais nada. Queria se afogar em uma torta de sardinha, vomitar a noite toda e fumar alguns cigarros, tomar um porre, Ouvindo Sonic Youth, essa seria sua festa.
Foi um dos anos novos mais tranquilos que passou. Sozinho, se entendeu super bem. Queria ao menos tocar a felicidade nesse instante, permanecia triste, não sabia a hora exata que começara, não sabia nem ao certo o motivo, se achava injuriado com algumas coisas, ainda não tinha decidido nada, guardava papeis e caneta na mochila esperando as idéias inovadoras.
De saco cheio da vida novamente, não tinha colocado o ponto certo, não tinha acabado com seu ciclo e nem despertado interesse para nada. Volta e meia se via nos mesmos assuntos inacabados e não tinha decidido o que ia fazer, não pensaria, evitaria essa balburdia de pensamentos, mas sabia que em algum momento ele poderia acreditar.