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A Gentileza e as Pessoas Felizes
 
Hoje em dia, falta gentileza no mundo. Todos sabemos disto, mas poucos realmente levamos este fato em conta e damos a ele a devida importância. Não sou uma boa samaritana, e não creio naquela atitude de pagar o mal com o bem, e sim com a justiça. Não acredito em oferecer a outra face àqueles que vivem nos ferindo. Mas existem ocasiões que nos dão a chance de fazer duas escolhas: alegrarmo-nos pelas conquistas alheias ou, se formos incapazes disto, nos calarmos. E esta escolha pode determinar bastante o nível da nossa gentileza e consideração pelo outro.

A competição, a necessidade de mostrar que é melhor, que tem o melhor e é mais esperto ou inteligente, muitas vezes, passa por cima da generosidade, da gentileza e da boa educação. Quando uma pequena palavra bastaria (parabéns) ou, se esta não puder ser sincera, o silêncio puro e simples, as pessoas se perdem em críticas vazias e nada gentis, apenas para diminuir o outro e mostrar a ele o quanto é mais esperto, mais inteligente e mais eficiente. Nem percebe o quanto está demonstrando, pelas entrelinhas, o quanto sente-se frustrado por algum motivo, e o nível de amargura que embora disfarçado, salta pelos olhos, escorrega na palavra e aterrissa diante dos seus interlocutores.

Mas já não me aborreço diante desta atitude, que geralmente vem de pessoas que conheço há muito tempo, e cujas reações sou capaz de prever; apenas acho que elas deveriam parar antes de dizer tais absurdos, e pensar no verdadeiro motivo pelo qual estão pensando em destruir, com algumas poucas palavras, a alegria alheia. Por que alguém faria algo assim? Acredito que há vários motivos, e cada um sabe dos seus; mas entre os mais comuns, estão:

-A amargura e a inveja;

-Algum ressentimento contra tal pessoa por algum acontecimento do passado que não foi devidamente expressado e esclarecido, e que portanto, pode crescer a níveis assustadores e acabar minando a relação; neste caso, quando a relação vale a pena, é lamentável que se deixe as coisas neste pé. Melhor seria conversar e falar sobre o que aconteceu, esclarecendo seus motivos e desfazendo os mal-entendidos. Na maioria das vezes, concebemos pensamentos a respeito do que alguém disse ou fez que não são verdadeiros, e não vale a pena destruir uma amizade por causa de “achismos” e interpretações erradas.

-Necessidade de competição, de mostrar o quanto é melhor. Acho que quem precisa estar sempre competindo e vencendo, no fundo, acha-se um perdedor – o que quase nunca é verdade, pois tal pessoa esquece-se de olhar em volta e contar suas bênçãos.

Quando valorizamos nossas conquistas, aprendemos a ter respeito pelas conquistas dos outros. Pessoas felizes não desejam competir, e não precisam mostrar que são melhores o tempo todo. Pessoas felizes são aquelas que conseguem alegrar-se pelos outros, e comemorar suas vitórias junto com eles, sentindo-se sinceramente felizes por eles. Pessoas felizes não precisam humilhar ou diminuir o que o outro conseguiu conquistar. Pessoas felizes são capazes de atos de gentileza e abnegação, e desejam ver as pessoas que as cercam serem tão ou mais felizes que elas.

Por que dizer uma palavra que poderá deixar o outro triste ou aborrecido? Por que, diante de algo que o outro conquistou, querer sempre demonstar que, em seu lugar, teria feito melhor e tido mais vantagens? Acho que este tipo de atitude deveria ser cuidadosamente examinado por aqueles que assim agem. Isto não é amor. Pode ser qualquer outra coisa, mas nada tem a ver com amor, carinho ou respeito.



Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 11/08/2014
Reeditado em 11/08/2014
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