Indiferença...

Acordam, ainda respiram, se tem, tomam o café da manhã e, em seguida, se podem, buscam um banho.

A pé, de ônibus ou metrô enfrentam o desafio de chegar ao trabalho ou por mais um dia em busca dele continuar.

Convivem com a fome enquanto tantos, enfastiados, não sabem o que escolher.

Supermercados e restaurantes descartam comida boa todo santo dia.

A noite chega, lá se foi mais um dia, igual a tantos outros que já se foram e, indiferentes, seguimos.

Não nos importamos mais, estamos nos deixando envolver pela indiferença.

Alguém, sem alarde e como sempre, prestando atenção, oferece um prato à mãe e seu filho que, constrangidos, agradecem e procuram um canto, escondidos saciam a fome de horas.

Erros e acertos fazem parte de quem tenta realizar, não há certezas, a não ser a finitude que, dia-a-dia, se aproxima e com ela a paz do que se realizou ou se arriscou a fazer ou, pior, sequer saber que não se fez nada.