OLHARES

Ela chegou cansada como a chuva que se desenhava descalça na rua. Era noite pronta. Chegou sem saber o caminho. Recostou-se à cabeceira e, por sentir-se que ainda estava ali, sentou-se adormecendo... A porta entreaberta a revelava em sombras...

Mas, a luz, indiscretamente, interrompera tudo!

E como se quisesse acordar, ela colocou as mãos alcançando a ponta dos cabelos e os comportou atrás da orelha... E tentou sorrir dormindo...

Já era tarde... Tudo fora como em fotografia.

Nunca houve tanta expressão naquele olhar.