ÉFESO – A IGREJA QUE OPERA SEM AMOR

CARTAS DE UMA ILHA SOLITÁRIA

Apocalipse 2.1-7

O apostolo João passou seus últimos dias em uma ilha rochosa não muito distante das margens da atual Turquia. A ilha de Patmos fica a 80 km da costa da Turquia e nos dias de João era uma colônia penal um lugar para exilar pessoas no Império Romano.

João já era idoso e não representava nenhum perigo a lei e a ordem do Império, mas os oficiais Romanos temiam pelo que João havia ouvido e visto seus olhos ainda brilhavam por Jesus Cristo e seus ensinos.

Mas, um dia o exilado João recebeu uma visita inesperada, Aquele que andou sobre as águas, que ressuscitou os mortos, que ressuscitou ao terceiro dia veio lhe visitar. Jesus Cristo ressurreto veio lhe visitar, e lhe passou importantes informações sobre o que viria acontecer. Mas também lhe passou mensagens sobre sete igrejas amadas por Deus, sete igrejas que João não podia mais visitar pessoalmente.

Estas Cartas nos apontam para o que é referencial, ela nos ensina o que é importante. Desta ilha ele escreveu aos novos cristãos de igrejas localizadas em sete grandes centros. Muitas dessas igrejas passavam por perseguições e opressões por parte do Império Romano.

Estas sete Cartas têm prescrições a pessoas que tem problemas, nestas Cartas encontraremos remédios para aliviar corações feridos. Estudaremos estas sete Cartas, e tiraremos lições para os nossos dias, a primeira Carta foi direcionada para a Igreja de Éfeso.

ÉFESO – A IGREJA QUE OPERA SEM AMOR

Éfeso era uma cidade orgulhosa no Império Romano, orgulhosa de sua grande biblioteca, teatro e do famoso templo de Artemis. Era a capital da Ásia Menor e um centro comercial importante. Hoje é considerada uma das cidades antigas mais bem conservadas da Turquia. A palavra Éfeso significa desejável.

O apóstolo Paulo escreveu uma carta a esta igreja preso em Roma entre os anos de 59-62.

1° RECEITUÁRIO: AMAR A DEUS É... MUITO MAIS QUE DEFENDER A VERDADE

Atos 19.23-41

O grande teatro de Éfeso comportava 25 mil pessoas, ele costumava ficar lotado nas apresentações das peças de escritores gregos, e romanos. O templo de Artemis em Éfeso tinha 130 metros de comprimento e 18 metros de altura, com 120 colunas. O templo era a sétima maravilha do mundo antigo.

A Bíblia registra em Atos 19.29 clamores de uma multidão neste teatro que diziam: “Grande é a Artemis dos Efésios” (v. 28). Cada vez mais alto eles repetiam essas palavras. Segundo os efésios a deusa Artemis era cultuada no mundo inteiro (v. 27), eles acreditavam que a sua imagem havia caído do céu (v. 35). Ela era a deusa da fertilidade.

A multidão havia arrastado dois companheiros do apóstolo Paulo: Gaio e Aristarco (v. 29), os Efésios entraram em pânico por causa do Caminho (v. 23), motivados pelo ourives Demétrio um comerciante religioso (v. 24). A multidão temia que sua deusa Artemis caísse em descrédito (v. 27). Eles resolveram mostrar sua lealdade matando os dois cristãos. Felizmente o escrivão da cidade acalmou a multidão (v. 35) e o tumulto foi encerrado (20.1).

O que os Efésios demonstraram no Teatro é que podemos gritar nossas idéias convencidos da razão e mesmo assim continuar vazios por dentro: vazios de amor e de misericórdia.

Jesus faz o receituário: Amar a Deus é muito mais que defender a verdade. Em Apocalipse Jesus demonstra o mesmo problema na igreja de Éfeso, que defendia firmemente a verdade pondo a prova os falsos apóstolos (Ap. 2.2). Os crentes em Éfeso eram sérios, atentos, eram zelosos, não toleravam transgressores, eles expunham falsos apóstolos, eles sabiam separar a verdade do erro. (Ap. 2. 2-3, 5).

Mas, não perceberam o que estavam acontecendo em seus corações. Seus corações haviam perdido o amor apaixonado por Deus. Eles conheciam o Evangelho, eles guardavam o rebanho de Deus de falsos ensinos, mas seus corações se tornaram frios e ritualistas.

Podemos comparar o caso do tumulto no teatro com a igreja: muitos gritos (v.34), muitas obras (Ap. 2.2), mas pouco conteúdo. A igreja de Éfeso estava vazia por dentro: vazia de amor (Ap. 2.4).

2° RECEITUÁRIO: AMAR A DEUS É... MUITO MAIS QUE SER ZELOSO EM BOAS OBRAS (Efésios 1.15; 2.8-10)

No capitulo 1.15 há um elogio paulino a respeito da fé que eles tinham em Jesus e do amor que demonstravam por todos os irmãos. O elogio é fruto de elogios que outros a davam e chegando finalmente aos ouvidos do apóstolo.

A igreja de Éfeso era zelosa na prática de boas obras, eles entenderam a diferença em fazer obras para ser salvo (Ef. 2.8-9) e fazer boas obras, como práticas inerentes aos filhos de Deus (Ef. 2.10). Em Apocalipse Jesus reconhece e valoriza este zelo em fazer o bem, mas adverte a igreja pela falta de amor.

Quem ama o próximo oferece muito mais do que é necessário. Quem ama o próximo serve os necessitados. Quem ama o próximo age com o outro da forma que deseja ser tratado. Quem ama o próximo ama a Deus, quem ama a Deus ama o próximo.

Efésios 4.11-16

Devemos atingir a medida da plenitude de Cristo, para isto cada um de nós devem exercer e desenvolver os dons que Cristo deu a cada um de nós para que a igreja seja edificada.

Uma igreja madura cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada um realiza a sua parte.

Jesus faz o receituário: Amar a Deus é muito mais que ser zeloso em boas obras. Continuem diligentes nas boas obras, quer sejam elas a caridade, ou o exercício de dons ministeriais, mas zelosos no amar a Deus: buscando-O de todo o coração, forças, alma e entendimento (Marcos 12.30).

3° RECEITUÁRIO: AMAR A DEUS É... MUITO MAIS QUE PERSISTIR

(Efésios 5.1, 8-10; 6.10)

A vida cristã exige persistência. A igreja de Éfeso tinha aprendido a persistir eles não toleravam transgressores, eles expunham falsos apóstolos, eles sabiam separar a verdade do erro. (Ap. 2. 2-3, 5).

Eles persistiam como filhos de Deus, eles desejavam ser luz em um mundo em trevas. Havia perseguições, havia falsos ensinos, mas eles não abandonaram a verdade, mas aprenderam a discernir o que era agradável ao Senhor.

Os irmãos em Éfeso aprenderam a se revestir da armadura de Deus, e permaneceram de pé mesmo diante das ciladas do Diabo.

Jesus faz o receituário: Amar a Deus é muito mais que persistir. A perseverança e a persistência são importantes. Mas, o verdadeiro amor a Deus nos leva a sermos cheios do Espírito Santo (5.18), nos leva a ter vida em nossos corações: louvar a Deus em todo o tempo (5.20), sujeitar-me a todos (5.21). Um cristão cheio do Espírito Santo desfruta de um novo relacionamento com o próximo: na família (5.22-6.4), no trabalho (6.5-9).

Um Importante passo para trás

Na Carta a Igreja de Éfeso Jesus nos ensina que para progredirmos espiritualmente, às vezes é necessário dar um importante passo para trás. Em Ap. 2.5, o Senhor exorta os cristãos de efésios a arrepender-se e lembrar-se de onde caiu. Dar passos para trás para encontrar o que foi abandonado, perdido no meio de passos apressados, de esbarrões com pessoas, de andares distraídos.

Os cristãos de efésios tinham certeza de salvação, tinham convicção da verdade, eram conhecedores da Palavra de Deus, eram zelosos em praticar boas obras. Todavia, perderam a essência do Evangelho: o amor a Deus. Suas orações e atos religiosos se tornaram rituais mecânicos.

CONCLUSÃO:

A Carta a igreja de Éfeso nos faz refletir nos dias de hoje: temos dias apressados, envolvidos em tantas atividades em prol do Reino de Deus. Sabemos que estamos no Caminho da Verdade, mas atrás de tantas atividades eclesiásticas esconde a verdade: perdemos o desejo de buscar a Deus em orações nas madrugadas.

Perdemos a paixão de propagar a Cristo, em evangelismos ocasionais. De saborear cada palavra das Escrituras como doces favos de mel. O que era belo, apaixonante, espontâneo, etc. Viraram obrigações, fardos, atitudes enfadonhas e sem conexão com o nosso viver.

Jesus faz o receituário: Lembra-te de onde caiu!Arrependa-se e pratique o que praticava no principio.

O Pastor
Enviado por O Pastor em 07/01/2014
Código do texto: T4639669
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